Ouço Cazuza e Caetano

Ouço Caetano como quem ouve a alma.

Minha alma, por vezes se perde no sexo,

mas não no meu, nem no dela. Na nudez.

A nudez das palavras aos olhos dos sons.

Essa suruba multimídia. O grito da calma.

A inteligente clamídia. O sangrante convexo.

As avenidas que não se cruzam, mixam talvez.

A nudez penetrante do ritmo em todos os tons.

Eu nem sei mais ouvir as ruas sem Caetano.

Em Caetano as ruas são mais largas e lúcidas,

sem os gritos roucos dissonantes das mansões.

Sem sanfonas rítmicas e seu sexo inumano.

Como o incesto assume forma translúcida.

Ouço os gritos loucos dedilhados por safanões.

https://www.facebook.com/rumospoesiaseabrigos/posts/791560930977028?pnref=story