Arca
Não serei eu a semear, debalde,
Mi’as pérolas aos porcos doentios,
Pois que minha verve não aplaude
Desperdiçar tesouros com gentios.
E vou seguindo pelos arrabaldes
A comtemplar os corações vazios,
Indiferentes, impassíveis, muito frios,
sem que minh’alma tal frieza malde.
Somente passo sem deter-me, a largo,
Que não desejo o coração dilacerado
Por escutar os brados da insensatez...
E vou guardando as pérolas que trago
Pra ofertar a outros olhos, confortados,
Que desterraram de su'alma a estolidez...
Não serei eu a semear, debalde,
Mi’as pérolas aos porcos doentios,
Pois que minha verve não aplaude
Desperdiçar tesouros com gentios.
E vou seguindo pelos arrabaldes
A comtemplar os corações vazios,
Indiferentes, impassíveis, muito frios,
sem que minh’alma tal frieza malde.
Somente passo sem deter-me, a largo,
Que não desejo o coração dilacerado
Por escutar os brados da insensatez...
E vou guardando as pérolas que trago
Pra ofertar a outros olhos, confortados,
Que desterraram de su'alma a estolidez...