Arca

Não serei eu a semear, debalde,
Mi’as pérolas aos porcos doentios,
Pois que minha verve não aplaude
Desperdiçar tesouros com gentios.

E vou seguindo pelos arrabaldes
A comtemplar os corações vazios,
Indiferentes, impassíveis, muito frios,
sem que minh’alma tal frieza malde.

Somente passo sem deter-me, a largo,
Que não desejo o coração dilacerado
Por escutar os brados da insensatez...


E vou guardando as pérolas que trago
Pra ofertar a outros olhos, confortados,
Que desterraram de su'alma a estolidez
...
Aleki Zalex
Enviado por Aleki Zalex em 27/03/2016
Reeditado em 27/03/2016
Código do texto: T5586550
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2016. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.