A tela das loucas
Tenho duas loucas dentro de mim.
Por suas bocas, cospem fogo sem fim;
Em suas tocas, moram e fogem de mim;
Com suas toucas e suas meias em carmim...
Tocam fogo, as loucas pelo mundo afora.
Fico louco em poucas vezes, como agora,
que rouco, as trago presas sem demora.
E por pouco, não sou pego, senhora.
As loucas, carmesins floridas pelo dragão,
correm soltas em meu senso mais contido,
enquanto uso os sentidos pela razão.
As loucas me entornam em suas cinzas roupas
e embotam meu sorriso com seu tom invertido
de cores, misturando minha palheta com pompa!