Sonho
O mar aberto não está aqui,
O horizonte é terra relutante,
A mata densa voa em cor cantante,
O som das ondas nunca eu ouvi.
Meu sonho baila em meio a nuvens ralas,
As mãos aladas pedem um descanso,
As preces longas para o céu eu lanço,
Em desespero pelas noites da alma.
Meus dedos longos pendem desolados
Sem movimentos, tão desmerecidos,
Que os sons suaves restam recontados.
Dolorosos acordes derretidos,
No entardecer dos fatos encerrados,
Guardam olhos, em pausa, proibidos.