Lágrimas
Lágrimas que gerei foram embora,
Em cachoeiras rocas despencadas.
Foram tantas que hoje ressecadas,
Apenas de meu rosto a dor assola.
Em quantos barcos céleres outrora,
Mandei pra guilhotinas afiadas,
Sonhos, amores, vidas avençadas,
Que me fazem imensa falta agora!
Tanto me fiz carrasco como vítima
De mim próprio, por permuta íntima
Ao barganhar minha alma por vis dracmas.
Perdi tantas visões e projetos,
Modificando à toa os meus etos,
Choro hoje arrependido sem ter lágrimas.
Aracaju Sergipe, 02/ 02/2016