POESIA AO ENTARDECER
Na alma do poeta a poesia se faz plena, insone.
As horas roubam-lhe os sonhos.
Mesmo assim, na exaustão das tentativas,
No papel se espraia seus devaneios risonhos!
Em centelhas refulgentes de átimos inusitados
De estrelado e embriagador lirismo,
Os caminhos são desenhados por dunas desertas
Ou pelas águas dos rios em mistérios longínquos.
Orações se fazem em sussurros ao vento
Numa apoteose de afogadas lágrimas
Na hora do ângelus sacrossanto!
E as almas poéticas em canto uníssono
Energizam o firmamento em vibrações diáfanas
Colorindo a natureza e seu divino manto.