Miguel II
Ao pensar numa vida após infância
Fui infante, fui frei, fui infantil...
Fui julgado na minha própria instância
Condenado ao tentar ser mais gentil
Meu sofrer é algo sem relevância
Como a tropa em marcha que é sutil
Se exposto, é mesquinho, é pedância
Retraído, me sinto num canil
Devo expor, retrair, devo sorrir?
O que penso, o que sinto, o que quero
Não é nada pra quem não seja eu
Sem vontade; versar ou existir
Por em cruz cada Deus que eu venero
Pra curar um sofrer que é só meu