Hoje Negro

 

Ei, ei, ei quem é você? Seu negro fie duma puta

E assim, fiz-me filho de cada negra violentada

Incorporei cada negro de cabeça abaixada

Essa gente que sobrevive com muita luta

 

Por ter na cor um equívoco pra humilhação

E ouvir, hoje em dia, esse grito ensurdecedor

Desculpe-me, mas não sou merecedor

É problema seu a sua pouca evolução

 

Negro sim, e filho da puta sou tanto quanto

Aqueles que esquecem nossa miscigenação

Com suas almas sem cores, pagando de santo

 

Ainda acorrentados aos grilhões da escravidão

Olho sim, nos seus olhos com meu olhar banto

Por que sendo filho de puta, me vejo seu irmão.

Lino Sapo
Enviado por Lino Sapo em 07/11/2015
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