Hoje Negro
Ei, ei, ei quem é você? Seu negro fie duma puta
E assim, fiz-me filho de cada negra violentada
Incorporei cada negro de cabeça abaixada
Essa gente que sobrevive com muita luta
Por ter na cor um equívoco pra humilhação
E ouvir, hoje em dia, esse grito ensurdecedor
Desculpe-me, mas não sou merecedor
É problema seu a sua pouca evolução
Negro sim, e filho da puta sou tanto quanto
Aqueles que esquecem nossa miscigenação
Com suas almas sem cores, pagando de santo
Ainda acorrentados aos grilhões da escravidão
Olho sim, nos seus olhos com meu olhar banto
Por que sendo filho de puta, me vejo seu irmão.