Caminho

Caminha teus dias a passos largos

com a sorte de quem tem espaços

e os vazios entre os segundos

tornam-se deveras estreitos;

Corre tuas mãos entre fracos

cacos que em seus pedaços

não se reconhecem juntos

em nenhum dos corpos refeitos.

Lanças teus corpos pela vida

como se muitos fosses

sem se reconhecer no limbo.

Nem sabes ao certo da lida

até o fel tornar-se doce

e tu, perdido, filho bem-vindo.

Pedro Aldair
Enviado por Pedro Aldair em 19/10/2015
Reeditado em 15/11/2015
Código do texto: T5419941
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