Caminho
Caminha teus dias a passos largos
com a sorte de quem tem espaços
e os vazios entre os segundos
tornam-se deveras estreitos;
Corre tuas mãos entre fracos
cacos que em seus pedaços
não se reconhecem juntos
em nenhum dos corpos refeitos.
Lanças teus corpos pela vida
como se muitos fosses
sem se reconhecer no limbo.
Nem sabes ao certo da lida
até o fel tornar-se doce
e tu, perdido, filho bem-vindo.