Rumos
Não, não mais eu quero – eu juro! –
lançar-me aos arroubos dum romance,
pois que não mais há em mim o que se lance
a um amor adolescente e puro.
Não, não é meu coração mais duro
que um diamante que na terra descanse,
mas já não mais existe nele o velho alcance
de ir pr’além e se fazer seguro.
Que pelos mares minha nau balance,
e pelas nuvens minha nave dance,
no dia claro ou no tempo escuro;
mas que meu peito não se afiance,
que olhe só de esguelha, de relance,
e siga em frente, rumo ao futuro.
SET/2015