O RIO DA MINHA ALDEIA

O Tejo debruça-se sobre a minha janela,

Põe vasos, com as mais lindas flores,

Na varanda do meu quarto, bambinela

Colorida da cor do mar e seus primores.

No vão das escadas enche de degraus

Os aposentos das casas, e os vizinhos

Saem prà rua, em noites de saraus,

Quando as estrelas os deixam sozinhos.

Salpica, aqui e acolá, os olhos rarefeitos,

Pela paisagem circundante que o alimenta,

Aguas convulsas batendo nos parapeitos.

Desce apressado até à foz, mais abaixo,

E é no meu distinto coração que ostenta,

O som melífluo de um subtil contrabaixo.

Jorge Humberto

21/06/07

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 24/06/2007
Código do texto: T539244