Reescrevendo-me
E que seja depois, mas antes do último suspiro.
Eu possa sentir o mesmo medo que me fez forte
Que por tantas vezes me livrou da morte
Escrito em mim como livro de folhas de papiro
Que o amanhã abra uma janela pra o passado
Para revê o que hoje afirmo no que escrevo
E sem migalhas, sobra, resto ou sobejo
Tentar reescrever um ser morrendo inacabado
Escrito no frenesi da luta entre a paz e a agonia
Que ao longo dos tempos me dividiram assim
Pelo futuro e o passado em constante parceria
Quero vê o quanto de tudo isso sobrou de mim
Refugiado da guerra entre a decência e a hipocrisia
Que nem mesmo o tempo é capaz de escrever um fim