Reescrevendo-me

E que seja depois, mas antes do último suspiro.

Eu possa sentir o mesmo medo que me fez forte

Que por tantas vezes me livrou da morte

Escrito em mim como livro de folhas de papiro

Que o amanhã abra uma janela pra o passado

Para revê o que hoje afirmo no que escrevo

E sem migalhas, sobra, resto ou sobejo

Tentar reescrever um ser morrendo inacabado

Escrito no frenesi da luta entre a paz e a agonia

Que ao longo dos tempos me dividiram assim

Pelo futuro e o passado em constante parceria

Quero vê o quanto de tudo isso sobrou de mim

Refugiado da guerra entre a decência e a hipocrisia

Que nem mesmo o tempo é capaz de escrever um fim

Lino Sapo
Enviado por Lino Sapo em 18/09/2015
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