PRESENTE

O presente vivido é quase o infinito...

o presente amado a eternidade incompleta.

Ridícula a angústia, o cansaço tolhido,

começo de caminho, meia-volta discreta...

Ansiedade é pequena eternidade no presente,

pedras e esforço inútil, chamado repetitivo.

Tormento, fingimento, ser em estar ausente.

Velho e novo, refundidos, abertos num livro...

Os grãos de areia podem ser incontáveis,

mas o mar recolhe um a um, a toda hora.

O resto são espumas, simples brincadeira...

Do tempo incerto, mãos postas e flecha ligeira

tangem no pensamento cenas impublicáveis,

pois o que habita hoje, amanhã já não mora...

CAMPISTA CABRAL
Enviado por CAMPISTA CABRAL em 14/07/2015
Código do texto: T5310746
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