Molhando o sertão
No momento que a chuva abandona a região
E a todos os seres viventes castiga
Causando sofrimento por toda a caatinga
Fica o matuto com sua angústia pelo sertão
E fica assoviando a melodia de uma cantiga
Sonhando o dia que terá uma refeição
E olhando para o seu silo sem feijão
Se pergunta o porquê dessa caninga
Desiludido em meio a um gole de pinga
Sonha com a terra que não faltará o pão
E sentindo a morte putrefata em catinga
De tristeza arruma seu matulão
E pra que a seca nem tudo extinga
Sai molhando com suas lágrimas o torrão