Molhando o sertão

No momento que a chuva abandona a região

E a todos os seres viventes castiga

Causando sofrimento por toda a caatinga

Fica o matuto com sua angústia pelo sertão

E fica assoviando a melodia de uma cantiga

Sonhando o dia que terá uma refeição

E olhando para o seu silo sem feijão

Se pergunta o porquê dessa caninga

Desiludido em meio a um gole de pinga

Sonha com a terra que não faltará o pão

E sentindo a morte putrefata em catinga

De tristeza arruma seu matulão

E pra que a seca nem tudo extinga

Sai molhando com suas lágrimas o torrão

Lino Sapo
Enviado por Lino Sapo em 11/07/2015
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