A FLOR DA MANHÃ

Cortaram pela haste a flor da manhã,

Secou o orvalho e o gosto a hortelã,

Que emanava da terra o seu fragor,

Ficando só o jardim em súbito torpor.

O sol desapareceu a meio à chuva

E as vinhas em ira não deram uva.

Pobre agricultor que fica sem pão,

Porque a horta já não cresce do chão.

Ante a afronta a natureza se rebelou,

Não mais os braços nem o nervo,

Da pobre gente que jazendo se calou.

Quem foi que aqui cometeu tal crime,

Da natureza o seu ilustre acervo,

Vem homem, quem foi, dime, dime?

Jorge Humberto

16/06/07

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 16/06/2007
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