JEITO DE SER

Tudo o que sou ou não sou, a poucos diz respeito,

Não por prudência minha ou pouca aceitação,

Que é dos amigos que guardo toda a ponderação,

Mas porque assim me vejo e este é o meu jeito.

Jeito de ser ou não ser, que trago bem dentro do peito,

Assim a gente que protejo e toda esta exaltação

De ver nos outros toda a resgatada e subtil imperfeição,

Que faz de mim, como deles, um ser mais que perfeito.

E, nas cordas do coração, vai quem sabe o que quer,

Sem exagerados, prolixos e mal afamados discursos,

Como se, enfim, tratasse de uma pessoa qualquer.

Mas, cautela, tu és nada e ao nada hás-de regressar,

Então – e enquanto é tempo – toma a vida pelos pulsos,

Sai à rua, e, como um prisioneiro, não te deixes olvidar.

Jorge Humberto

15/06/07

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 15/06/2007
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