ASILO
Pois, tu nem vens me ver, logo agora
Que estou sozinha e em pé não me mantenho?
Eu, que te reparei, vi teu desenho,
Que não te abandonei, não fui embora…
Eu, que tanto te amei, que ainda amo,
Que tanto te ajudei e o bem te fiz…
Queres sequer saber se estou feliz,
Já que não dás ouvido ao meu reclamo?
Eu tanto te ensinei, será que ouvistes?
Disse-te: “Da tua mãe jamais desistes”,
E sinto o teu desprezo, o teu desdém...
Se desistiu de mim, qual fosse um resto,
Saibas que para algo ainda presto,
Mesmo que só pra desejar teu bem.