Abismos

Eu não sei dizer como posso ser.

Não sei transmitir o que sinto...

Sentado estático nesse recinto.

Fluem essas palavras que estas a ler.

O vazio é meu desdito conselheiro.

E nesse ponto não há fuga real

E na inércia que se forja o vazio mal.

Este meu escuro e amplo celeiro.

Estou vazio mas todos também...

Todos compartilham seus negros buracos.

E cada um é de seu abismo refém.

Nossas foças nos separam errantes

Mil quilômetros de frio e dor...

Abismos que nos tornam semelhantes.

Amaro Nester.