O VELHO LIMOEIRO

Junto à minha janela há um velho limoeiro

Retorcido pela idade e tenaz companheiro

Das minhas horas mais tristes, na solidão

De meu quarto, onde guardo certo alazão,

Que já não cumpre idade, tantas as lutas

Que travamos, cumpridas as permutas,

Que nos aliviavam o cansaço dos corpos,

Quando estes jaziam no chão quase mortos.

Hoje tudo isso acabou, já não tem idade

Para estas aventuras, tornando-se depósito

De lixo pelas mãos insalubres da insanidade,

De pessoas que não souberam sonhar

Na vida e como vermes caminham a propósito

De um velho costume, que as faz desdenhar.

Jorge Humberto

05/06/07

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 08/06/2007
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