Sem alma
Eu poderia dedicar mil canções sem pensar
que um dia, ouvindo novamente, poderiam me lembrar.
Poderia fazer e declamar de joelhos, poesias à luz do dia,
ou uma serenata, arriscando levar um balde de água fria.
Ainda assim, em meu falar, se tudo dissesse;
em meu coração a pulsar, se sentir tudo pudesse;
Por sobre as mais fortes asas, ainda voasse
ou até onde a imaginação solta chegasse...
Porque por mais que eu tente,
encontrar entre toda gente
apenas uma alma aparente...
Sem ela me encontrar em seu seio;
sem me por em seu abrigo ou esteio,
serei vaso seco e rachado ao meio.