VONTADE
Quero tanto poder, nas desventuras
Que a vida me impuser, demais pesadas,
Rolar sobre o tapete das escadas
E estilhaçar-me frente às pedras duras.
Quero ceifar o ódio, as amarguras,
E o barro a percorrer sobre as estradas,
E o pó a desprender de minhas espadas
Eu deixarei rolar sobre as planuras...
Quero chorar a dor, fazer apelos,
E ao me prender nos nós de teus cabelos,
Quero me esquecer, volver ao chão.
E ao se lembrar de mim, junto da terra,
Verás-me ainda como um ser que erra,
Que sofre, morre e não pede perdão.