Funeral
Quem dirá se o fogo de nossa cama
ou da paixão contida em nosso peito
faz derreter o frescor de quem se ama
e arrefecer-se o sentimento sem jeito?
Quem dirá se morreremos antes
ou sobreviverá ao que sentimos,
à nossa história e vida como amantes,
a faca e a força com que nos ferimos?
Sobrará o magma desse vulcão;
sobrará o doce desse sorvete
entre os carvões do rancor...
Sobre a terra queimada, carvão.
Em brasa resfriada, indiferente
à morte do que foi amor.