Por ela

Ela pensava em seu amor e eu, no violão,

dedilhava frases soltas em pura perdição,

escrevia amores catados entre sonetos,

enquanto traduzia-os por seus afetos.

Eu falava em rimas e dissonantes

ela bebia-os em olhos apaixonantes

a esquecer-se dos brincos, dourando.

Ficávamos entregues às horas passando...

Ela dizia-me de sua paixão que se foi,

enquanto eu chorava sua dor em versos

e penava sem a dor dos reus confessos.

Eu queria um segredo que não se doi

por seu amor querer de outro, os versos

que por ela, ainda existem tão travessos.