MEDO
Tenho medo de amar-te hoje mais que ontem,
E de mais que hoje amar-te, quiçá, outro dia.
Não quero ver morrer mais minha alegria...
Quero cantar no mundo onde paixões não cantem.
Quero me entorpecer, tragar minha agonia,
Mas longe desse amor! Peço: Não me o apontem!
Tenho medo de amar-te hoje mais que ontem,
E de mais que hoje amar-te, quiçá, outro dia.
E quando esse amor bater em minha porta
Com seu cinismo, frente a minha alma morta,
Peço que eu me contenha, possa o dispensar.
Sei que o amor insiste, de mim não separa!
Mesmo eu batendo a porta inteira em sua cara
Retoca à campainha e pede pra entrar.