Pr'o amor

Corpos suados, apesar do desejo

não se seguram, escorregam seu passo,

em qualquer paço que estejam

entre pernas, mortos de cansaço.

Almas lavadas, apesar da vingança

não se esquecem, rememoram os passos,

entre tantos paços na lembrança,

entre telas, vivas em seus traços.

Por que então, precisa da paixão,

desse calor de corpo e alma,

o amor pra vingar-se?

Por que então, esperar solução

pr'esse calor sem corpo e alma,

pr'o amor explicar-se?