ETERNO II
Aqui fico a esperar-te, mesmo agora,
depois que passou tudo, caiu neve...
Ainda penso em vê-la, logo em breve,
e te encontrar, e ter-te, como outrora.
Agora vejo, ao romper da aurora,
a passarada fria, que se deve
ao chão que descansou, virou alqueve
logo que vieste e foste, tenra embora.
Portanto, ainda eu toco a mesma nota,
e faço a mesma festa, à tua espera,
e danço a dança e teço a mesma lã.
Aqui não te esqueci - jamais pudera! -
mesmo sabendo que nada te importa,
ao te perder - Oh, sim! - virei teu fã.