O necessário não é simples

Quando quebrei a esquina de meus medos,

entrei na rua da felicidade;

Posto que não fosse minha, não havia segredos,

permitia-se usá-la na necessidade.

Quando joguei meu coração ao ar

e as nuvens esconderam-no de mim;

Percebi o quanto a vida era sem fim,

posto fosse morrer, esse respirar!

Mas se ando, embora nada tenho;

Mas se vivo, embora fechado o cenho;

Então o que acontece nessa alma?

Se andarei feliz a ponto de gargalhar;

Se viverei intenso a ponto de não descansar;

É preciso tudo perder para me libertar?