AUSENTE IMAGEM

O que não digo,

materializa-se no poema,

como ausente imagem

de uma fita de cinema.

A palavra - não dita - faz-se verdadeira,

abandonando a solidão onde se escondera

e erigindo viadutos sobre impossível tráfego;

entre o sonho e a ausência, o diálogo.

Descobrir-se, em meio ao deserto,

o frescor de um olho d' água

e dele servir-se para além da sede

É a coragem do poema: instrumento

que circuncisa pálpebras fechadas:

de novas confluências, a descoberta.

- por JL Semeador de Poesias, na manhã de sábado, 29/11/2014 -