IMORTAL

Meu olhar me faz duro igual cristal,

minha dor me convida pra um romance...

O desdém tão sisudo não me alcance

que o viver que eu vivo é tão banal!

Não há paz nem vigor celestial

nos incertos caminhos do meu lance!

Vejo a morte brutal! Venha! Se amanse!

Não há dor no meu riso matinal...

Corro cego em apuros! Sou tão brando

que revivo das trevas vez em quando...

A pureza do caos me quer assim!

No meu ego em gargalos dei um nó

refazendo esta vida cujo pó

fez-se um muro imortal dentro de mim!