Entregando-se

Quando punha tuas cores em meu peito;

Quando punha teus sons em minha boca;

Quando gritei em cada batalha, refeito;

Quando te soltei à tua guisa louca...

Na verdade, busquei minhas cores;

Tentava encontrar o meu único som;

Sabia que no peito, minhas dores

já diziam, teu amor era o bom.

O único que sentido, sentiria outra vez;

O único que já feito, seria novamente;

o único e singular que casaria...

No meu peito como algo que se refez;

esse amor imperfeito e univocamente,

a reconhecer o que nunca se perderia.