PROGRESO CONTROVERSO

Dos jatos os sulcos rasgaram o céu,

pássaros fugiram em louco escarcéu.

E as doces águas nem foram ao mar.

O ronco da serra fez árvores deitar.

A represa sobe e o verde encobre!

Promete a energia, limpa e nobre.

A flecha do índio não sai do arco,

nem corre os rios seu tosco barco.

Longe a metrópole do Paulo santo,

clama a Deus pela água de antanho.

Lágrimas no céu secaram o pranto.

Debaixo coberta por densa fumaça,

choram crianças por falta de banho.

A luz sem a água é a dura desgraça!

ARAKEN BRASILEIRO
Enviado por ARAKEN BRASILEIRO em 16/11/2014
Reeditado em 10/07/2022
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