PROGRESO CONTROVERSO
Dos jatos os sulcos rasgaram o céu,
pássaros fugiram em louco escarcéu.
E as doces águas nem foram ao mar.
O ronco da serra fez árvores deitar.
A represa sobe e o verde encobre!
Promete a energia, limpa e nobre.
A flecha do índio não sai do arco,
nem corre os rios seu tosco barco.
Longe a metrópole do Paulo santo,
clama a Deus pela água de antanho.
Lágrimas no céu secaram o pranto.
Debaixo coberta por densa fumaça,
choram crianças por falta de banho.
A luz sem a água é a dura desgraça!