INFINITO ETERNO

Um caudal de chuvas me colhe na dor

Que meu destino, não alforriado, se afoga,

No mar interior, explode, se acomoda,

Rebuscando nas entranhas o desamor.

 

São sons de escaramuças em arrepios

Que esvai-se no tempo como fumaça,

Regurgitando o amargor em desgraça,

De lamúrias e desencantos sombrios.

 

Oh! vida insana, descabida e renitente,

Me espreitando os dias em senil sussurros,

Me atormentando aos gritos, como demente.

 

Sobra-me a esperança do último momento,

O ar da graça, o descarregar os ombros, e,

No infinito eterno, esperanças no firmamento!

 

Haromax