UM POETA ESTRANHO

E foi pensando ser um poeta,

que ele desatou a escrever.

E falou de morte e de festa,

cantou a felicidade, o sofrer.

E falou de tudo: amor e dor.

Fez a rima rica, a rima pobre.

E cultivou a flor e o espinho.

E depois sobre si debruçou,

na poesia sonhou ser nobre,

vendo que não, se amofinou.

Pensou tristemente desolado;

poeta nada, que desastrado...

E concluindo doído, exclamou:

sou um estranho nesse ninho!

ARAKEN BRASILEIRO
Enviado por ARAKEN BRASILEIRO em 06/07/2014
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