UM POETA ESTRANHO
E foi pensando ser um poeta,
que ele desatou a escrever.
E falou de morte e de festa,
cantou a felicidade, o sofrer.
E falou de tudo: amor e dor.
Fez a rima rica, a rima pobre.
E cultivou a flor e o espinho.
E depois sobre si debruçou,
na poesia sonhou ser nobre,
vendo que não, se amofinou.
Pensou tristemente desolado;
poeta nada, que desastrado...
E concluindo doído, exclamou:
sou um estranho nesse ninho!