Talvez
Talvez tenha eu te amado sem ter medida,
se é que existe medida para o amor,
que tudo que vem ferir e ofender a vida
não pode ter outro sinônimo além de dor.
Talvez nós tenhamos – ó, minha querida! –
perdido entre tanto caminho e tanta flor
nossa paz tão modorrenta e desfalecida,
deixando abertas as portas ao desamor.
Talvez tenha mesmo eu esse tal pendor
de seguir nessa busca trôpega e eterna,
guiando-me por estrelas quase apagadas...
Talvez tenha que viver sempre o dissabor
de querer atar a meus dias tu’alma terna,
mas de nunca saber seguir as tuas pegadas...
ABR 2014