Alma ausente
Por pensar sua vida breve,
atreveu-se a tudo realizar.
Abriu-se a tudo se entregar,
Chutou-se a viver a vida leve.
Punha sua alma a vaguear
enquanto seu corpo vagava.
Se queria, cismava a tragar,
nessa, pouco a pouco esvaziava-se.
Entre vontades e todo desejo,
percebeu o tempo a desmoronar,
de muita vida, de alma vagar-se.
De muito entregar-se cheio ao cio,
por fim ao mundo pôs-se a perguntar:
Há uma alma a um corpo vazio?