Conte-me
Você bem que poderia ir à janela
e voltar me contando de flores
me falando de todas as cores
e que nada tem o cheiro dela.
Você poderia sair porta afora
e me contar as novas das ruas;
falar que aprontou das suas
e tudo dela já se foi, agora.
Mas o que farei do que tenho;
O que farei do que me lembro
dos lugares onde a gente passou?
Mas o que farei do que lembro
se tudo aqui dentro me lembra
que não posso fugir do que sou?