Dispenso-te
Pega teu amor, toda desfaçatez,
Assuma tua dor e viaja agora.
Veja se tua vida repleta de acidez
esquece da minha e vai embora.
Ela que vá embora com tua carcaça,
com tua boca imunda e grave
que se não se amolda, não se disfarça
em flores, mas em arbustos e entraves.
Esgueira-te e deixa-me só.
Prefiro minha vida incerta
do que te ver revirando meu pó.
Como se tudo que eu fosse
pudesse estar nas linhas retas
e na certa ausência de tosse.