Meu pesar
Eu, com minha cara de cavalo,
cavalgo pros montes e prados,
que nos cascos da imaginação,
são meu fim, são meu fardo.
E vejo que caminhamos cegos
a um futuro de lampejo, sem fato
a brilhar em uma memória vazia,
a esquecer-nos de nosso passado.
Eu, com meus cascos disparados
a uma velocidade que tão pouco
é confortável, quanto me incomoda.
Eu, com minha carga exagerada,
rastejo acorrentado como louco
envergando a última moda.