Assim e assim.

Com o tempo, o metal perde o brilho;

com o usar, a navalha perde o fio;

com o puxar, a corda perde o torque

e o prato de tão vazio, se emborque.

Os sentidos sem utilizar;

Os sentimentos por desafiar;

O viver sem expandir-se;

o explorar sem sentir.

Vivem assim metais e corpos.

são assim, ferramentas e alma.

Se se submetem a algum crivo,

inertes sem se moldar o viço.

Morrem ou fazem-se tortos,

inúteis e secos como palha.

Como algo que nada valha.

O metal exposto;

A navalha gasta;

A alma em conforto.