A IMAGINAÇÃO DA LOUCURA
Deve ser o buscar em vão do inexistente
Talvez sentir uma inútil e vazia saudade
Do amor que nem existiu e ficou latente
Como estranho bem, parecendo maldade.
Talvez fixar os olhos perdidos no infinito
Vislumbrar imagens de santos no inferno
Ver a morte bem ao lado e achar bonito
Viver num segundo o sofrimento eterno.
Vencer ausentes inimigos transparentes
Se deliciar ao desejar todos os percalços
Caminhar morto entre mortos viventes...
Ter o pescoço hirto, em mil cadafalsos.
Rir desvairadamente sem mesmo saber...
Que ri infeliz, mas do seu próprio sofrer.