De culpas
Tu me culpas, eu sei, por sermos
assim tão longe de sermos algo.
Tu me culpas, errei, em sermos
muito menos que fotos em álbum.
Tu me culpas por nunca haver;
ou por ter sido, simplesmente.
Sei que as culpas são de ser
e quando não são, é que mentes.
Porque sei ser o culpado
de muitas vezes permanecermos,
ainda que pouco estampados.
Talvez por termos menos datas.
Eu me culpe por menos termos.
Eu me culpo por continuarmos.