Minha Casa
Minha casa era rica de pobreza,
Alumiada à luz de lamparina,
Ali no Mafuá, em Teresina,
Uma choupana pobre de riqueza.
Havia sim, um pão minguado à mesa,
Pra alimentar barrigas, fé e sina...
O relógio era o apito da usina
E o sol; nas trempes, uma brasa acesa.
Existia, entretanto, alegria nata,
Que nos fazia a vida doce e farta
De amor, éramos ricos entre nós...
Vemos hoje em não poucos palacetes,
Onde acontecem não poucos banquetes
De estranhas gentes, vis, pobres e sós.