MEU SER DESAJEITADO

Meu ser desajeitado não tem um sorriso sequer,

Anda aos tropeços – alma lânguida – pelas ruas

Desta cidade, indo desembocar, porque quer

Não porque sou ou fui, nas esquinas mais nuas.

Viça uma flor, no jardim, pego-lhe pela mão,

Ei-la quebrada pela haste… Oh, ser gentío,

Quem te fez assim, louco e lúcido de antemão,

Caminhando na solidão, até que venha o frio?

Ah, antes ser louco! mas como ser louco aqui?

Minha vida nunca teve principio, meio ou fim…

E meu ser desastrado, sem um gesto sequer,

Caminha errante pela vida, como qualquer

Cousa de surrealista, que não parecesse mal,

A quem como ela no seu frémito fosse igual.

Jorge Humberto

03/05/07

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 05/05/2007
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