Dores de Palhaço
Quando ponho no rosto o meu disfarce,
Homiziando as refregas já vividas,
Refazendo assepsias nas feridas,
Não mudo o coração e sim a face.
Por mais belos os traços que eu os trace,
Para dissimular dores sentidas,
Parece-me que as faço mais compridas
E outra agonia a cada instante nasce.
A ninguém interessa as minha dores,
Há quem pense que em mim tudo são flores
de um jardim babilônico qualquer...
Sofro tanto por um amor distante,
Com este coração, vezes infante
E dizem ladrão ser eu de mulher !