Banquete dos Zés

Canudo ligando fruto e boca

E a água sugada era o assassino

Testemunhou meus olhos de menino

O Escudo de minha barriga oca

A sede alheia era nossa companheira

Cúmplice da fome a nos torturar

O palco, o comércio da dona do bar.

Reuníamos numa algarobeira

Os cocos bebidos rolavam pro lixo

Jogado por um consumidor qualquer

Disputados por donos de buchos vazios

Tornava um banquete pra tanto Zé

Armados de tampinhas de garrafas

Partíamos o coco, almoçávamos com fé.

Lino Sapo
Enviado por Lino Sapo em 03/02/2014
Código do texto: T4676982
Classificação de conteúdo: seguro