FALANTE MUDEZ
Este é um poema que muito fala, nada diz.
Não pretende nem mesmo as regras seguir.
Não tem rimas pobres nem as rimas ricas.
Pretende certos temas e palavras renegar.
Como ódio, vingança, terror, Poder, dor.
E as palavras tão frágeis: nunca e jamais.
Ou mesmo, tristeza, vou partir e adeus.
Incluindo, sorte, morte, frieza e maldade
Por que não, também a vazia palavra jurar.
E o termo quase sempre perjuro: eu prometo!
Como mais grave, para sempre vou te amar.
Olha que perjuro eu sou, pois estou a rimar.
Como no início prometi, agora chego ao fim,
Se nestes versos falei; fui um falante calado.