Saudade perversa
Saudade é um sentimento mui perverso
Que nos remete a tempos remitentes
Impiedosas as lembranças mais plangentes
De merencórios dias de reversos
Saudade é tão somente um castigo
Pra castigar um servo displicente
Ou um amante tão pouco prudente
Que não previu um sentimento ambíguo
Saudade é uma dor impertinente
Sem piedade ou que o saudoso espere
Sem compaixão, sem medida ou tempo
Saudade invade e sorrateiramente
Pra confundir a dor não se transfere
Somente o tempo faz trazer o alento.
Idal Coutinho