PORTO FATAL
Subir a ladeira é sempre a ventura
Quebrar das flores finos espinhos
É sentir nos aplausos toda ternura
Gozo tão falso de falsos carinhos.
Descer a ladeira é só desventura
Das flores ficam, finos espinhos
Levando a alma, a quase loucura
No mar de dor, em redemoinhos.
Subir e descer da vida a ladeira
É meta atingida é a nada chegar
É ser finalmente só brincadeira
Ao nada enfim, um triste acenar.
É o falso ancorar no ponto final
No vazio de tudo, do porto fatal.