TÃO NATURAL QUANTO ISTO

No que julgues de teu não julgues no outro;

Não cobices nem te envaideças por qualquer

Coisa; sê natural com todos e aqueloutro;

E se houver quem te odeie, não requer sequer

Que ao ódio te juntes. Não digas que é teu,

Só porque o alcançaste, como não digas que deste,

Só porque o fizeste; e, assim, em ti, nasceu,

Aquilo que na Terra a ti próprio te propuseste.

Nasce a manhã, põe-se o dia, tão natural quanto

Isto; assim tu, com os teus actos, te darás

A conhecer. Acabe-se aqui e agora o pranto,

De tudo o que por fazer ficou; e, assim, cala,

Sem saudosismos nem olhares para trás;

E se és capaz de tudo isto, que seja tua a fala.

Jorge Humberto

23/04/07

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 23/04/2007
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