REQUIEM

Não espero a absolvição nem a prece

Junto ao meu túmulo, nem sentidos

Pesares, porque o que aqui carece,

São as crianças e os mui nobres mendigos.

Não me tragam flores, pois não se dão

Flores a quem morre prematuramente,

E a minha morte são coisas do coração,

Que por ora ainda flúi livremente.

Tragam-me antes apitos e bandeiras,

Para festejar a minha rápida partida,

Num cume ou nos montes as cimeiras.

E eu partirei feliz, como outro alguém,

Pois saberei que a minha linde ida,

É só minha… minha e de mais ninguém.

Jorge Humberto

19/04/07

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 21/04/2007
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